sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

A importância do cálcio na osteoporose


O cálcio é um importante mineral necessário para o crescimento, fortalecimento e nutrição dos ossos do corpo; a sua deficiência pode ocasionar a progressão da osteoporose, que consiste na baixa massa óssea e fragilidade do osso predispondo o indivíduo a fraturas ósseas.

Na população mundial apenas 50-60 % dos adultos e 10-20% adolescentes ingerem a quantidade recomendada pela organização mundial da saúde.

Além do cálcio, vários nutrientes, em especial a vitamina D, ajudam a aumentar a absorção de cálcio pelo organismo tendo um importante papel na osteoporose. Uma adequada ingestão de cálcio é importante para manter os níveis de cálcio no sangue e protegendo a perda óssea de cálcio dos ossos.

Após os 50 anos de idade, a importância da ingestão de cálcio aumenta devido à rápida perda óssea pela deficiência de estrógeno nas mulheres na pós-menopausa.

As necessidades diárias de cálcio variam muito de acordo com a idade e país, mais de uma maneira geral recomenda-se uma ingestão diária de cálcio entre 1000 – 1300 mg/dia.

Além da suplementação de cálcio é necessária a orientação para alguns fatores que podem agravar a osteoporose como: cigarro, alcoolismo, falta de atividade física e excesso café.

Na maioria dos casos de osteoporose, acaba sendo necessária a reposição via oral de cálcio através de suplementos de cálcio diversos no mercado alguns apenas com cálcio e outros com associações com vitamina D. Porém serve o alerta para a necessidade de uso do cálcio e vitamina D sempre com prescrição médica devido à possibilidade de efeitos colaterais e complicações do tratamento.

Composição de cálcio em alguns alimentos do dia-dia:

Recomendação 1000 mg/dia

01 copo de leite
291-302 mg
01copo de iogurte
230-240 mg
01 fatia de queijo branco
200-210 mg
Couve cozida – 01 xícara
145-150 mg
Brocólis cozido – ½ xícara
180-190 mg
Espinafre – 04 colheres sopa
160-165 mg
Sardinha em conserva – 100 g
400-410 mg
Requeijão – 01 colh. de sopa cheia
170-175 mg
Flocos de aveia – 04 colh. sopa cheias
150-160 mg
Soja – 01 xícara
160-170 mg

domingo, 24 de janeiro de 2010

O que é Lombalgia?


A lombalgia, também conhecida popularmente como “dor nas costas”, ocorre na região lombar da coluna vertebral. È uma das doenças osteomusculares mais comum no dia-dia do consultório do reumatologista.

Entre 70-80% (dados OMS – Organização Mundial da Saúde) das pessoas desenvolverão um episódio de lombalgia durante a vida.

Nos dias atuais devido ao avanço tecnológico e vida sedentária das pessoas os problemas de “dor nas costas” vêm aumentando progressivamente devido ao aumento da expectativa de vida da população.

· Classificação

Pode ser classificada de acordo com a duração dos sintomas em:

ü Aguda: início súbito e duração menor que 06 semanas;
ü Subaguda: duração de 6 a 12 semanas;
ü Crônica: duração maior que 12 semanas;
ü Recorrente: reaparece após períodos de melhora.

· Causas

Dentre as inúmeras causas de lombalgia, a grande maioria decorre de entorses e distensões das estruturas tendíneas e musculares da região paravertebral, decorrentes de excesso de peso, obesidade; sobrecarga mecânica, esforços excessivos, falta de exercícios, fatores psicológicos, má-postura e causas genéticas, como escoliose congênita.

· Sintomas

O principal sintoma é a “dor nas costas” de início lento e geralmente agravada após flexão da coluna, esforços físicos excessivos ou má-postura, inicialmente na região lombar, porém podendo irradiar-se a região sacral, coxas e joelhos; quando irradia-se para todo membro inferior, o problema pode ser acometimento do “nervo ciático” (lombociatalgia) ou compressão por hérnia de disco.

Na maioria dos casos não são necessários exames complementares, como raio-x, tomografia computadorizada ou ressonância magnética, sendo o diagnóstico feito pelo próprio médico.

È necessário o exame médico cuidadoso para que sejam afastadas causas secundárias desencadeadoras de dor lombar, como doenças tumorais, infecções da coluna, doenças inflamatórias, fibromialgia e fraturas.

· Tratamento

O tratamento da lombalgia crônica tem como objetivo principal corrigir os fatores causais modificáveis como: exercícios físicos para fortalecimento muscular, perda de peso e correção de vícios de postura. Medidas simples como: cadeiras e colchões adequados, correção postural e controle do peso são altamente eficazes para controle da dor. Medidas físicas como: fisioterapia, hidroginástica e RPG são importantes aliados no tratamento.

O tratamento medicamentoso consiste basicamente no alívio dos sintomas, sendo comum o uso de analgésicos, relaxantes musculares e antiinflamatórios, como dipirona, paracetamol e diclofenaco.

Os casos cirúrgicos estão associados a patologias de hérnia discal e deformidades de coluna, como escoliose congênita geralmente indicada devido dor crônica não-controlável com medicamentos.
Sempre que possível deve-se iniciar atividade física precocemente, com retorno ao trabalho sempre que possível.

· Prognóstico

O prognóstico da lombalgia costuma ser muito bom, sendo a maioria dos casos resolvidos em dias ou semanas. Os casos que persistem podem se tornar crônicos sendo necessário um acompanhamento do reumatologista para avaliação, uma vez que existem inúmeras causas secundárias que necessitam ser investigadas nos casos de lombalgia crônica.

A lombalgia devido aos seus impactos físicos, emocionais, sociais, trabalhistas e econômicos deve ser encarada de forma séria como um problema de saúde pública, sendo seu tratamento otimizado com objetivo de reintegração do indivíduo a sociedade.

domingo, 17 de janeiro de 2010

O que é Lúpus?


Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma doença auto-imune de causa desconhecida, que atinge o sistema imunológico podendo acometer vários órgãos, tecidos e células do corpo; não é uma doença contagiosa.

Suas manifestações clínicas variam muito de um paciente para outro, podendo apresentar desde formas leves a formas graves. Atinge predominantemente mulheres na idade reprodutiva na proporção (09 mulheres para 01 homem).

· Causas

Não existe uma causa ainda conhecida como causadora do Lúpus; sabe-se que o sistema imunológico sofre alterações desencadeando a doença.

Entre as causas conhecidas pode-se citar:

. Predisposição genética: cerca 10-12% dos pacientes com Lúpus tem parentes próximos com a doença;
. Hormonais: predomina nas mulheres em idade reprodutiva, uma provável associação com o estrógeno;
. Stress
. Luz ultravioleta: “radiação solar”
. Vírus

· Sintomas

As manifestações clínicas do Lúpus são muito variáveis, podendo apresentar casos leves facilmente controláveis a casos graves acometendo vários órgãos do corpo humano.

As manifestações clínicas gerais mais freqüentes são: dor e inchaço nas “juntas” do corpo, mal-estar, queda de cabelo, fraqueza, febre, cansaço, emagrecimento, anemia e falta de apetite; sendo os sintomas geralmente de início lento, podendo persistir por semanas ou meses.

As principais alterações são na pele e articulações, sendo a lesão mais conhecida, em “asa de borboleta” atingindo o rosto, que se agravam após exposição solar. A artrite do Lúpus, diferentemente da artrite reumatóide, costuma ser leve e pouco dolorosa.

O Lúpus Eritematoso Sistêmico nas formas graves pode atingir vários órgãos, sendo os mais acometidos: os rins; o sangue; o sistema nervoso central e vasos.

· Diagnóstico

O diagnóstico é feito pelo reumatologista através de alterações clínicas no exame médico, alterações laboratoriais e nos exames imunológicos (FAN – Fator Antinuclear; Anti-DNA; Anti-Sm, entre outros), que através de critérios de classificação (Colégio Americano de Reumatologia – 1997) pode-se confirmar o diagnóstico de Lúpus.

· Tratamento

O tratamento do Lúpus é multifatorial sendo individualizado para cada paciente e os órgãos acometidos. Os medicamentos mais usados no tratamentoo do Lúpus têm por objetivo controlar a inflamação e o sistema imunológico.

Os medicamentos mais utilizados são: os corticosteróides, fundamentais no tratamento, sendo sempre prescritos sob orientação médica devido seus efeitos colaterais e complicações pelo seu uso prolongado.

Além dos corticosteróides também são usados os antimaláricos (hidroxicloroquina e difosfato de cloroquina) e os imunossupressores, como azatioprina, micofenolato, ciclofosfamida e ciclosporina, sendo indicados de acordo com a região do corpo acometida.

Além dos medicamentos, o paciente com Lúpus deve seguir uma série de recomendações: evitar exposição solar, fazendo sempre uso de filtros solares; dieta balanceada, evitando excesso sal e gorduras; evitar álcool e fumo e praticar atividades físicas regularmente, para uma melhor qualidade de vida.

· Prognóstico

Atualmente, o prognóstico do Lúpus é bom, devido às novas alternativas terapêuticas que mudaram a história natural da doença, sendo importante o acompanhamento regular com o reumatologista para o controle desta doença.




sábado, 16 de janeiro de 2010

Dor lombar e obesidade


As dores lombares atingem grande parte da população mundial, estimativas mostram que cerca de 70 a 85% de toda a população mundial irá sentir dor lombar em alguma época de sua vida. Quando os sintomas de dor lombar têm duração superior a seis meses, caracterizam-se como dor crônica.

Pessoas que apresentam excesso de peso apresentam um elevado risco de dor musculoesquelética crônica, especificamente lombalgia.
Estudo publicado em dezembro na revista American Journal of Epidemiology relata o aumento do risco de dor lombar (“dor nas costas”) em pacientes obesos. Em uma revisão em várias publicações científicas demonstrou que pessoas com sobrepeso e obesas apresentam mais dor lombar crônica.

Os pesquisadores encontraram 33 estudos selecionados que falam sobre o assunto; a obesidade esteve associada com uma freqüência de dor lombar baixa com um risco relativo aumentado de 1,33 vezes, busca por atendimento médico por dor nas costas 1,56 vezes e dor lombar crônica 1,56 vezes em relação à população não-obesa.
Os resultados mostraram que as pessoas com sobrepeso e obesidade, quando comparadas com as pessoas com peso normal, tiveram uma maior prevalência de dor lombar baixa.

Este estudo reforça a importância do controle de peso como forma de prevenir e aliviar os sintomas da dor lombar crônica, uma importante queixa de dor osteomuscular nos dias atuais.
Outros estudos prévios já demonstravam a importância da atividade física como forma de controle da dor lombar na população de obesos.

Fonte: Am J Epidemiology. Volume 171, Number 2, 11 Dec 2009. Pages 135-154

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

O que é artrite reumatóide?



A artrite reumatóide é uma doença inflamatória crônica, debilitante, autoimune, que afeta as articulações (juntas) do corpo causando dores crônicas. Quando não tratada pode levar a deformidades e destruição das articulações comprometendo a qualidade de vida das pessoas.

A doença afeta duas vezes mais as mulheres do que os homens entre 45 e 70 anos, embora possa manifestar-se em qualquer idade. A origem da doença é incerta, mais se sabe que está relacionada a distúrbios do sistema imunológico e a fatores ambientais e emocionais.

· Sintomas

Os sintomas geralmente iniciam-se lentamente com quadro de dor articular com artrite (dor, calor e vermelhidão na articulação), rigidez matinal “ao acordar”, anemia, cansaço extremo, perda de apetite e astenia.

As principais articulações acometidas são:
· Mãos;
· Joelhos;
· Pés;
· Ombros;
· Temporomandibular;
· Coluna cervical;
· Cotovelos.

· Diagnóstico

O diagnóstico da artrite reumatóide é feito através do exame clínico (feito pelo médico) e pelos exames laboratoriais e radiológicos (raio X). Geralmente os exames reumatológicos encontram-se alterados (PCR – proteína C reativa, VHS e látex – fator reumatóide).

· Tratamento

O início precoce do tratamento da artrite reumatóide previne as deformidades e seqüelas articulares, daí a importância do diagnóstico e encaminhamento ao reumatologista assim que surgem os primeiros sintomas da doença.

A reabilitação precoce (fisioterapia; hidroterapia; RPG), juntamente com atividade física regularmente (supervisionada por um médico) são fundamentais para o sucesso do tratamento.
O tratamento medicamentoso inclui analgésicos, antiinflamatórios não esteróides (diclofenaco, meloxicam, nimesulida), corticosteróides (prednisona) e drogas imunossupressoras os DMARDs, como o metrotrexato, leflunomida, cloroquina e sulfassalazina.

Alguns medicamentos mais recentes, desenvolvidos através de tecnologias baseadas na biologia molecular, trazem novas possibilidades terapêuticas para os casos que não apresentaram controle da doença com as drogas citadas anteriormente, são os chamados biológicos: Remicade®, Humira®, Enbrel®, Mabthera®,Orencia® e recentemente, Actemra®.

A cirurgia e a colocação de próteses articulares podem representar uma opção de tratamento, nos estágios avançados da doença.

· Prognóstico

A artrite reumatóide quando diagnosticada e tratada precocemente pode apresentar uma evolução favorável com controle da doença em poucos meses, podendo até haver o desaparecimento completo dos sintomas por vários meses ou mesmo anos. Na maioria dos pacientes, a doença persiste necessitando um acompanhamento periódico com o reumatologista, com o objetivo de controle da doença evitando seqüelas articulares que prejudiquem a qualidade de vida do portador de artrite reumatóide.


domingo, 10 de janeiro de 2010

O que é gota?


A gota é uma doença crônica, que atinge as articulações causando quadro de artrite. Estima-se que uma média de 2% da população mundial sofre de gota, sendo bem mais comum em homens.

A doença que aparece geralmente após os 35 anos de idade, ocorre devido a um acúmulo de ácido úrico no sangue, levando ao depósito de monourato de sódio “cristais” nas articulações, gerando os surtos de artrite aguda geralmente dolorosos e debilitantes, podendo acontecer tanto pela produção excessiva quanto pela eliminação deficiente da substância.

· Causas

> Hereditárias, a mais comum geralmente com história familiar de gota, pais, avós e irmãos;
> Medicamentos: aspirina; diuréticos (ex, hidroclorotiazida; clortalidona);
> Excesso dieta: menos comum
> Problemas renais
> Doenças do sangue
> Quimioterapia, entre outras causas.

· Sintomas

Na maioria das vezes, o primeiro sintoma é uma artrite “inchaço” do dedo grande do pé acompanhado de dor forte, conhecido como podagra. A primeira crise pode durar de 2 a 10 dias, e após este período o paciente volta a levar uma vida normal, o que geralmente dificulta o diagnóstico. As crises são recorrentes podendo variar de semanas a meses.

O paciente que não se trata pode ter suas articulações deformadas e ainda apresentar depósitos de cristais de monourato de sódio em cartilagens, tendões, articulações e bursas, os conhecidos tofos gotosos “caroços nas articulações”.

· Diagnóstico


Cerca de 20% dos pacientes que estiverem com a taxa de ácido úrico elevada (hiperucemia) podem não serem portadores de gota, a conhecida hiperuricemia assintomática. Nas crises de gota aguda, os níveis de ácido úrico no sangue podem estar normais, dificultando o diagnóstico, sendo recomendada uma nova dosagem fora das crises.

Valores normais de ácido úrico no sangue
:
> Homens adultos = 3,4 - 7,0mg/dL
> Mulheres adultas = 2,4 - 6,0mg/dL

· Tratamento

A gota é uma doença crônica ocasionada por um defeito genético na produção ou eliminação de ácido úrico não havendo, portanto cura definitiva.

Geralmente o tratamento consiste de dieta e medicamentos para diminuir a taxa de ácido úrico no sangue e, conseqüentemente, evitar as crises de gota. O mais conhecido deles o alopurinol e colchicina muito utilizados no tratamento da fase aguda e na manutenção após crises.

· Orientações dietéticas

O ácido úrico é uma substância produzida pelo nosso organismo quando da utilização de todas as proteínas ingeridas na alimentação. O excesso de ácido úrico no sangue, além de “atacar” as articulações, pode atacar os rins, produzindo cálculos renais (pedras nos rins).

Os pacientes com gota, principalmente quando os níveis de ácido úrico estão altos, tem que diminuir a ingestão de bebidas alcoólicas, frutos do mar, miúdos, vísceras, grãos (feijão, grão de bico), defumados, conservas e excesso de carne vermelha porque pode desencadear uma crise.

Quando o paciente stá em tratamento, esses alimentos podem ser ingeridos sem exagero. O paciente não pode abandonar o tratamento porque as crises de gota repetidas podem levar a artrose e deformidades das articulações acometidas. É importante o acompanhamento com o reumatologista devido a cronicidade da doença para que seja instituido o tratamento adequado com a finalidade de evitar deformidades articulares.

O que é osteoartrose?



A osteoartrose, também conhecida popularmente como artrose, é a mais comum das doenças reumatológicas; é uma doença das articulações, degenerativa e progressiva, na qual a cartilagem que reveste as extremidades ósseas se deteriora, causando diferentes graus de dor, inflamação e incapacidade.

Acomete uma grande parte das pessoas acima de 65 anos, principalmente cerca de 80% daqueles com mais de 75 anos.

As articulações mais acometidas são:
· Joelhos;
· Coluna lombar e cervical;
· Dedos das mãos;
· Quadril
· Causas

Os principais fatores de risco para osteoartrose são: obesidade; traumas repetitivos e hereditariedade.

Uma história familiar constituída por muitos casos de osteoartrite torna-se um fator de risco para o desenvolvimento de osteoartrose. A obesidade ocasionando sobrecarga de peso também é um fator agravante da osteoartrose dificultando o seu tratamento.

Durante a terceira idade, o conteúdo das proteoglicanas “lubrificantes da cartilagem” fica reduzido a um baixo grau, causando o desgaste e degeneração articular, sendo importante, o controle dos fatores de risco nesta fase e início do tratamento com condroprotetores.

· Sintomas

A dor é, sem dúvida, o sintoma mais importante e comum da osteoartrose. A sua intensidade varia muito, podendo ser bem leve ou muito intensa, dependendo da articulação acometida. A dor pode estar relacionada ao exercício físico ou ocorrer em repouso, por exemplo, ao deitar.

A sensação de rigidez articular é referida pela maior parte dos portadores da doença, dando a impressão de que a articulação atingida está "presa". Durante a execução de movimentos, podem ser percebidas crepitações (estalos), devido ao atrito das superfícies articulares que se encontram irregulares, interferindo com os movimentos normalmente suaves. Nos casos mais avançados, podem haver deformidades e perda de função, limitando o paciente para suas atividades diárias habituais.

· Diagnóstico

O diagnóstico é basicamente clínico e radiológico (através do “raio X”), ou seja o diagnóstico tem por base alterações radiográficas típicas em doentes com queixas de dor articular, geralmente mecânica, rigidez e, quase sempre, um grau maior ou menor de limitação da mobilidade e da função da articulação. Os exames laboratoriais geralmente são normais na osteoartrose.


· Tratamento não-medicamentoso

O objetivo principal do tratamento da osteoartrose tem por finalidade melhorar e preservar a função da articulação e a qualidade de vida.

Há muitos tratamentos disponíveis para aliviar os sintomas desta doença, bem como para melhorar e preservar a função articular e a qualidade de vida.

Tais tratamentos envolvem desde a simples orientação educacional para os doentes até ao uso de medicação, fisioterapia e, em casos extremos, cirurgia.

> Uso de calçados apropriados; palmilhas, calcanheiras e joelheiras para manter o alinhamento corporal e corrigir desalinhamentos
> Perda de peso para diminuir a sobrecarga mecânica
> Manter boa força muscular
> Atividade física diária (compatível com a idade e condicionamento físico individualizado), como por exemplo: caminhadas e exercícios na água (hidroterapia, hidroginástica e natação);
> Fisioterapia

Os exercícios devem ser moderados e de baixo impacto, respeitando o acometimento articular de cada indivíduo.

. Tratamento medicamentoso

Muitos medicamentos têm sido utilizados no tratamento da osteoartrose. Os agentes analgésicos, incluindo os antiinflamatórios, como diclofenaco, nimesulida e meloxicam são os mais utilizados nas fases agudas para melhora da dor e rigidez articular. Os antiinflamatórios não podem ser utilizados em excesso devido ao risco de úlcera no estômago, problemas renais, no fígado e no sangue. Foi desenvolvida uma nova classe de AINEs com menor risco de efeitos gastrointestinais indesejáveis, são os COX-2, arcoxia® e celebra®.

Atualmente os condroprotetores,como: glucosamina, condroitina e diacereína (artrolive®, condroflex®, glucoreumin® e artrodar®), entre outros, são as medicações mais utilizadas no tratamento da osteoartrose tentando prevenir a destruição da cartilagem articular (prevenindo a progressão da doença) e com efeitos anti-inflamatórios locais, porém com efeitos questionáveis nas pesquisas médicas.

Medicamentos de uso tópico (creme, pomada, "spray" etc.) com propriedades analgésicas e/ou antiinflamatórias também podem ser utilizados. A infiltração articular (ou seja, dentro da articulação) geralmente está indicada nos casos mais avançados com dor e artrite associada.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Fibromialgia



O que é fibromialgia?

A fibromialgia consiste em uma condição dolorosa generalizada e crônica, caracterizada por dor muscular e tendinosa em pontos dolorosos específicos e crônica, geralmente de natureza pouco definida; daí a dificuldade para o diagnóstico clínico e valorização das queixas dos pacientes. Atinge principalmente, as pacientes do sexo feminino, na faixa etária entre os 30 e 60 anos.

· Causas

As causas e mecanismos desencadeantes da fibromialgia ainda não estão bem esclarecidos, não existindo uma causa única conhecida para a fibromialgia. Diferentes fatores, isolados ou combinados, podem favorecer as manifestações da fibromialgia, dentre eles doenças graves, traumas emocionais ou físicos e mudanças hormonais.
Sabe-se que os pacientes possuem uma sensibilidade aumentada à dor, devido à diminuição de neurotransmissores, entre eles: serotoninas, noradrenalinas e outros, fazendo com que o paciente tenha uma maior sensibilidade a dor, acarretando dores musculares difusas.

· Diagnóstico

O diagnóstico da fibromialgia é basicamente clínico, não existindo exames laboratoriais para confirmação do diagnóstico. Consiste em um tipo de reumatismo que não causa deformidades articulares.

Os principais sintomas são:


· Dor difusa pelo corpo em pontos dolorosos específicos por um período maior de 03 meses (tender-points);
· Sono superficial (desperta cansado);
· Ansiedade;
· Dor de cabeça;
· Problemas emocionais;
· Desânimo;
· Cansaço físico


· Tratamento

O tratamento é multifatorial devido à complexidade dos diversos fatores causais de agravo e melhora, a base do tratamento consiste de:

o Medidas não medicamentosas como: condicionamento físico através de exercícios físicos resistidos, musculação e atividades aeróbicas;
o Controle do sono
o Melhora da qualidade de vida
o Tratamento dos transtornos emocionais e depressão que podem estar associados
o Tratamento da dor, através de analgésicos (paracetamol, dipirona)
o Uso de antidepressivos como os tricíclicos (amitriptilina e ciclobenzaprina), inibidores da recaptação de serotonina e noradrenalina ( Pregabalina, duloxetina, venlafaxina), entre outros.

· Prognóstico

O prognóstico da fibromialgia, a longo prazo, com a instituição das medidas terapêuticas adequadas costuma ser bom.

A base do tratamento da doença consiste na conscientização por parte do paciente do seu problema e da necessidade de mudanças no seu estilo de vida para melhor resultado a longo prazo da terapêutica medicamentosa instituída.

Torna-se importante o acompanhamento com profissional especializado no tratamento desta síndrome, devido a gama de doenças que podem apresentar sintomas semelhantes (dor muscular difusa) confundindo o diagnóstico e ocasionando tratamento com resultados pouco satisfatórios.

domingo, 3 de janeiro de 2010

O que é a osteoporose?


A osteoporose é uma doença que atinge os ossos, principalmente a coluna vertebral e fêmur. Caracteriza-se pela diminuição da massa óssea tornando-os sujeitos a fraturas, acometendo com maior frequência as mulheres. A doença progride lentamente acometendo em grande parte as mulheres na pós-menopausa, raramente apresentando sintomas antes que apareça uma fratura, que costuma ser espontânea, sem relação com eventos traumáticos. A osteoporose pode ter sua evolução retardada por medidas preventivas.

A partir de 1991 após vários consensos das Sociedades mundiais de Densitometria Óssea, passou-se a informar que é fundamental a análise da qualidade óssea e enfatizar a prevençao de fraturas ósseas.

As mulheres são mais atingidas pela doença devido à diminuição do estrógeno após a menopausa, fazendo com que o osso incorpore menos cálcio, tornando-os mais frágeis.

A osteoporose tem uma incidência aumentada entre os brasileiros, acometendo cerca de 10 milhões de brasileiros.

A Densitometria Óssea estabeleceu-se como o método atual, prático e barato para se medir a densidade mineral óssea e comparado com padrões para idade e sexo. Essa é condição indispensável para o diagnóstico e tratamento da osteoporose e de outras possíveis doenças que possam atingir os ossos simulando osteoporose.

· Fatores de risco

Os principais fatores de risco para osteoporose são:

- Mulheres;
- Tabagismo;
- Etilismo;
- Ingestão excessiva de café;
- Sedentarismo;
- Uso excessivo de corticosteróides;
- História familiar de fraturas atraumáticas;
- Raça branca;
- Baixo peso.

· Prevenção

· Fazer exercícios físicos regularmente;
· Dieta com alimentos ricos em cálcio (leite e derivados; queijo e yorgute);
· A reposição hormonal, quando indicada, durante e após o climatério consegue evitar a osteoporose;

· Tratamento

Os bifosfonatos são considerados o tratamento de primeira linha no tratamento da osteoporose pós-menopausa. Podemos citar: alendronato; risendronato; ibandronato e ácido zolendrônico entre outros. Podendo ser usados por diferentes formas de administração diário, semanal, mensal ou anual que agem aumentando a massa óssea reduzindo o risco de fraturas.

Outra classe de medicamentos os moduladores seletivos dos receptores de estrogênio (SERMs) são uma classe de medicamentos que agem seletivamente nos receptores de estrogênio corporais. Exemplo: raloxifeno

· Prognóstico

Os pacientes com osteoporose têm grandes riscos de apresentarem fraturas de quadril e coluna vertebral, sendo importante o diagnóstico precoce para reduzir o risco de fraturas no futuro. Da mesma forma, pacientes com histórico de fraturas prévias aumentam muito a reincidência de fraturas.

A osteoporose consiste em um problema de saúde pública, sendo a principal doença relacionada com o envelhecimento, sendo de fundamental importância sua prevenção e diagnóstico precoce.

Vale lembrar que em cerca de 20% casos a osteoporose consiste de outras causas chamadas secundárias (doenças que mimetizam osteoporose), não estando relacionadas com a pós-menopausa, sendo portanto de fundamental importância o acompanhamento de um profissional especializado no tratamento da osteoporose.