segunda-feira, 1 de março de 2010

O que é espondilite anquilosante?

A espondilite anquilosante é um tipo de reumatismo que acomete a coluna vertebral e as articulações sacroilíacas causando uma inflamação crônica que, quando não identificada e tratada precocemente, pode levar a deformidades e seqüelas articulares crônicas, acarretando um “congelamento” da coluna vertebral, que em casos graves e avançados evolui para a fusão das vértebras, conhecido como “coluna em bambu”.

Ocorre com maior frequência no sexo masculino, numa proporção de 4-5 homens afetados para uma mulher com a doença.

As causas da espondilite anquilosante ainda não são conhecidas, acredita-se que se relaciona com fatores hereditários, pela existência de um marcador genético, o HLA-B27 presente na maioria dos pacientes com espondilite anquilosante.

Sintomas

O início dos sintomas ocorre geralmente no final da adolescência e início da idade adulta normalmente com uma história de dor nas costas, sendo difícil seu diagnóstico nesta fase da doença.

O sintoma mais comum é a dor nas costas, na região lombar e glútea, geralmente de início lento perdurando de meses a anos, acompanhado de rigidez matinal, melhorando com exercícios e piorando com o repouso e durante o sono.

A principal articulação acometida é a sacroilíaca, localizada na região sacral, no final da região lombar. Além das sacroilíacas e coluna, outras articulações, órgãos e tecidos podem ser acometidos pela doença:
 Quadril
 Ombros
 Joelhos
 Olhos (uveítes)
 Intestinos (doenças inflamatórias intestinais)

Diagnóstico

A espondilite anquilosante faz parte de um grupo de doenças conhecidas como espondiloartropatias, onde estão incluídas a Síndrome de Reiter, alguns casos de Artrite Psoriásica, e a Doença Inflamatória Intestinal (Chron, Retocolite Ulcerativa, etc.).
O diagnóstico da doença é baseado na história clínica obtida pelo médico, nos exames de imagem (“raio x” das sacroilíacas e coluna, tomografia computadorizada e em alguns casos pela ressonância nuclear magnética).

Devido à ausência de exames laboratoriais específicos para o diagnóstico e as alterações radiológicas serem tardias, o diagnóstico da espondilite anquilosante é retardado na sua fase inicial atrasando o início do tratamento da doença.

Tratamento

É fundamental o diagnóstico precoce para prevenir as sequelas articulares, e por ser uma doença crônica não há cura para a espondilite anquilosante, sendo importante a conscientização do paciente para aderência e seguimento ao tratamento proposto. O objetivo do tratamento consiste no alívio dos sintomas e a melhora da mobilidade da coluna prevenindo o “endurecimento da coluna” permitindo ao paciente uma qualidade de vida satisfatória.

O tratamento medicamentoso engloba o uso de medicamentos como antiinflamatórios, analgésicos e corticóides; além da sulfassalazina e metotrexato como drogas modificadoras da doença.

Alguns medicamentos mais recentes, desenvolvidos através de tecnologias baseadas na biologia molecular, trazem novas possibilidades terapêuticas para os casos que não apresentaram controle da doença com as drogas citadas anteriormente, são os chamados biológicos: Remicade®, Humira® e Enbrel®.

O pilar do tratamento da espondilite anquilosante consiste na reabilitação intensiva, através da fisioterapia, exercícios para a coluna (RPG), atividades físicas na água (hidroterapia, natação) sendo recomendado um programa regular de exercícios sempre supervisionado por um profissional capacitado.

Prognóstico

A espondilite anquilosante, assim como as espondiloartropatias, são doenças crônicas em que grande parte dos pacientes evoluem com dor lombar crônica e em alguns casos incapacitante. Desse modo, o paciente deve participar ativamente de seu tratamento para que seja atingido um sucesso terapêutico, prevenindo as sequelas e incapacidades da doença, melhorando a sua qualidade de vida.

O acompanhamento dos pacientes deve ser feito por profissionais especializados, o reumatologista, juntamente com o ortopedista, fisiatras e fisioterapeutas.


Referências bibliográficas:

1. Peh WC. Cervical spine ankylosing spondylitis. Am J Orthop. Jun 2004;33(6):310.
2. Wu Z, Lin Z, Wei Q, Gu J. Clinical features of ankylosing spondylitis may correlate with HLA-B27 polymorphism. Rheumatol Int. Feb 2009;29(4):389-92.
3. van der Heijde D, Landewé R, Baraliakos X, Houben H, van Tubergen A, Williamson P, et al. Radiographic findings following two years of infliximab therapy in patients with ankylosing spondylitis. Arthritis Rheum. Oct 2008;58(10):3063-70.
4. Jee WH, McCauley TR, Lee SH, et al. Sacroiliitis in patients with ankylosing spondylitis: association of MR findings with disease activity. Magn Reson Imaging. Feb 2004;22(2):245-50.
5. Vinson EN, Major NM. MR imaging of ankylosing spondylitis. Semin Musculoskelet Radiol. Jun 2003;7(2):103-13.

Um comentário:

  1. Olá! Tenho problemas na coluna e fiz uma cirurgia de artrodese na cervical. Antes da cirurgia já tinha uma vértebra cervical fundida e com a outra que também foi fixa via cirurgia, fiquei com muitas dores e limitações, é normal, parece que tenho lido depoimentos de pessoas que fizeram essa cirurgia de artrodese e não sentem mais nenhuma dor? Fiz um blog sobr meu problema: www.colunalegal.com.br, se puderes me ajudar, me visite

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