quinta-feira, 25 de novembro de 2021

Febre Chikungunya

 Febre Chikungunya

  

A chikungunya é uma arbovirose causada pelo vírus chikungunya (CHIKV), da família Togaviridae e do gênero Alphavirus. A viremia persiste por até dez dias após o surgimento das manifestações clínicas. A transmissão se dá através da picada de fêmeas dos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus infectadas pelo CHIKV.

Os sinais e sintomas são clinicamente parecidos aos da dengue – febre de início agudo, dores articulares e musculares, cefaleia, náusea, fadiga e exantema. A principal manifestação clínica que a difere são as fortes dores nas articulações, que muitas vezes podem estar acompanhadas de edema.

Após a fase inicial a doença pode evoluir em duas etapas subsequentes: fase subaguda e crônica. A chikungunya tem caráter epidêmico com elevada taxa de morbidade associada à artralgia persistente, tendo como consequência a redução da produtividade e da qualidade de vida.

A maioria dos indivíduos infectados pelo CHIKV desenvolve sintomas, alguns estudos mostram que até 70% apresentam infecção sintomática. Esses valores são altos e significativos quando comparados às demais arboviroses.

Alguns pacientes evoluem com persistência das dores articulares após a fase aguda, caracterizando o início da fase subaguda, com duração de até três meses. Quando a duração dos sintomas persiste além dos três meses atinge a fase crônica.

A poliartralgia tem sido descrita em mais de 90% dos pacientes com chikungunya na fase aguda. Essa dor normalmente é poliarticular, bilateral e simétrica, mas pode haver assimetria. Acomete grandes e pequenas articulações e abrange com maior frequência as regiões mais distais. Pode haver edema, e este, quando presente, normalmente está associado à tenossinovite. O exantema normalmente é macular ou maculopapular, acomete cerca de metade dos doentes e surge, normalmente, do segundo ao quinto dia após o início da febre crônica.

O sintoma mais comum nesta fase crônica é o acometimento articular persistente ou recidivante nas mesmas articulações atingidas durante a fase aguda, caracterizado por dor com ou sem edema, limitação de movimento, deformidade e ausência de eritema. Normalmente, o acometimento é poliarticular e simétrico, mas pode ser assimétrico e monoarticular.

Em frequência razoável são vistas manifestações decorrentes da síndrome do túnel do carpo, tais como dormência e formigamento das áreas inervadas pelo nervo mediano.

A velocidade de hemossedimentação e a Proteína C-Reativa encontram-se geralmente elevadas, podendo permanecer assim por algumas semanas.

O diagnóstico diferencial de chikungunya é feito com outras doenças febris agudas (arboviroses), como dengue e Zika-vírus.

 O uso de corticoide é indicado para a doença na sua fase subaguda ou crônica, com dor moderada a intensa.

A medicação padrão para uso oral é a prednisona, apesar de inexistência de estudos de comparação de eficácia, nas fases crônicas podemos iniciar, metotrexato, hidroxicloroquina, sulfassalazina.

Em caso de artropatia inflamatória incapacitante, alguns pacientes necessitarão iniciar medicamentos imunobiológicos, inibidores do anti-TNF para controle da doença.

O tratamento fisioterápico deve ser considerado desde a fase aguda da chikungunya, prevenindo sequelas e deformidades, bem como aliviando a dor nas fases crônicas da doença.

A prevenção da doença com a conscientização da população, evitando acúmulo de água parada, bem como evitando acúmulo de entulhos e manter caixas d’água fechadas, são fundamentais para o controle das arboviroses (Chikungunya, Dengue e Zika-Vírus).

Todos os caso de Febre Chikungunya devem ser notificados a Vigilância Epidemiológica.