Febre Chikungunya
A chikungunya é uma
arbovirose causada pelo vírus chikungunya (CHIKV), da família Togaviridae e do
gênero Alphavirus. A viremia persiste por até dez dias após o surgimento das manifestações
clínicas. A transmissão se dá através da picada de fêmeas dos mosquitos Aedes
aegypti e Aedes albopictus infectadas pelo CHIKV.
Os sinais e sintomas
são clinicamente parecidos aos da dengue – febre de início agudo, dores
articulares e musculares, cefaleia, náusea, fadiga e exantema. A principal
manifestação clínica que a difere são as fortes dores nas articulações, que
muitas vezes podem estar acompanhadas de edema.
Após a fase inicial
a doença pode evoluir em duas etapas subsequentes: fase subaguda e crônica. A
chikungunya tem caráter epidêmico com elevada taxa de morbidade associada à
artralgia persistente, tendo como consequência a redução da produtividade e da
qualidade de vida.
A maioria dos
indivíduos infectados pelo CHIKV desenvolve sintomas, alguns estudos mostram
que até 70% apresentam infecção sintomática. Esses valores são altos e
significativos quando comparados às demais arboviroses.
Alguns pacientes
evoluem com persistência das dores articulares após a fase aguda,
caracterizando o início da fase subaguda, com duração de até três meses. Quando
a duração dos sintomas persiste além dos três meses atinge a fase crônica.
A poliartralgia tem
sido descrita em mais de 90% dos pacientes com chikungunya na fase aguda. Essa
dor normalmente é poliarticular, bilateral e simétrica, mas pode haver
assimetria. Acomete grandes e pequenas articulações e abrange com maior
frequência as regiões mais distais. Pode haver edema, e este, quando presente,
normalmente está associado à tenossinovite. O exantema normalmente é macular ou
maculopapular, acomete cerca de metade dos doentes e surge, normalmente, do
segundo ao quinto dia após o início da febre crônica.
O sintoma mais comum
nesta fase crônica é o acometimento articular persistente ou recidivante nas
mesmas articulações atingidas durante a fase aguda, caracterizado por dor com
ou sem edema, limitação de movimento, deformidade e ausência de eritema.
Normalmente, o acometimento é poliarticular e simétrico, mas pode ser
assimétrico e monoarticular.
Em frequência
razoável são vistas manifestações decorrentes da síndrome do túnel do carpo,
tais como dormência e formigamento das áreas inervadas pelo nervo mediano.
A velocidade de
hemossedimentação e a Proteína C-Reativa encontram-se geralmente elevadas,
podendo permanecer assim por algumas semanas.
O diagnóstico
diferencial de chikungunya é feito com outras doenças febris agudas (arboviroses),
como dengue e Zika-vírus.
O uso de corticoide é indicado para a doença
na sua fase subaguda ou crônica, com dor moderada a intensa.
A medicação padrão
para uso oral é a prednisona, apesar de inexistência de estudos de comparação
de eficácia, nas fases crônicas podemos iniciar, metotrexato, hidroxicloroquina,
sulfassalazina.
Em caso de
artropatia inflamatória incapacitante, alguns pacientes necessitarão iniciar
medicamentos imunobiológicos, inibidores do anti-TNF para controle da doença.
O tratamento
fisioterápico deve ser considerado desde a fase aguda da chikungunya, prevenindo
sequelas e deformidades, bem como aliviando a dor nas fases crônicas da doença.
A prevenção da
doença com a conscientização da população, evitando acúmulo de água parada, bem
como evitando acúmulo de entulhos e manter caixas d’água fechadas, são
fundamentais para o controle das arboviroses (Chikungunya, Dengue e
Zika-Vírus).
Todos os caso de
Febre Chikungunya devem ser notificados a Vigilância Epidemiológica.